sexta-feira, 14 de dezembro de 2012


Aparecida :





Maria Aparecida Martins, foi uma cantora e compositora brasileira, de carreira dedicada principalmente ao samba e a ritmos africanos. Nasceu em  4 de dezembro de 1939 na cidade de Caxambu em Minas Gerais e ainda na infância  teve seus primeiros contatos com a musica aprendendo com os mais velhos da família os ritmos africanos.
Em 1949, a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Trabalhou como passadeira em casas de família no bairro de Vila Isabel. Em 1952, já compunha as primeiras músicas. Pouco tempo depois, Salvador Batista a levou para ser incluída como passista de seu grupo no programa "A Voz do Morro", onde permaneceu por dez anos
No início da década de 1960, foi convidada a participar do filme "Benito Sereno e o Navio Negreiro", por cuja atuação recebeu de prêmio uma viagem a França, onde se apresentou em uma boate interpretando, pela primeira vez, suas próprias composições.

Em 1965, voltou ao Brasil e venceu o "Concurso de Música de Carnaval do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro". Neste mesmo ano, foi também vencedora do "III Festival de Música de Favela", com o samba "Zumbi, Zumbi", representando a favela da Cafúa, de Coelho Neto.

No ano de 1968, compôs "A sonata das matas" para a Escola de Samba Caprichosos de Pilares.
E é considerada, depois de Dona Ivone Lara, a segunda mulher a compor um samba-enredo vencedor dentro de uma escola de samba.

Sua primeira composição gravada apareceu no LP Roda de Samba, lançado pela gravadora Cid em 1973  Boa noite , é a faixa 2 do disco que ainda conta com composições de Darcy da Mangueira,Candeia,Wilson Moreira,Romildo, entre outros.













No ano seguinte , a mesma gravadora lançou o LP "Roda de samba nº 2", no qual interpretou "Proteção" (David Lima e Pinga) e "Rosas para Iasã", de autoria de Josefina de Lima. No disco também participaram Nelson Cavaquinho, Sabrina, Roque do Plá, Rubens da Mangueira e Dida. 


Discos solos:

Em 1975 o primeiro trabalho também lançado pela granadora Cid. O repertório incluía  suas músicas Talundê, Nanã Boroquê e Segredos do mar(todas em parceria com Jair Paulo), Meu São Benedito e Inferno verde e Tereza Aragão(uma homenagem a produtora cultural Tereza Aragão).O disco ainda contou com a  adaptação da canção folclórica A Maria começa a beber. 









*1976, gravou o LP "Foram 17 anos", lançado pela CID, no qual interpretou várias composições de sua autoria, entre elas "17 anos", "Grongoiô, propoiô" (c/ João R. Xavier e Mariozinho de Acari) e "Diongo, mundiongo".O disco contou com a percussão e o coro  do conjunto Nosso Samba e As Gatas fazendo o coro feminino além da participação de Sivuca.







* 1978, lançou o disco "Grandes sucessos" e nos anos seguintes gravou pela RCA os LPs "Cantigas de fé" (1978) 

*1979  lançou 13 de maio, no qual interpretou, além da canção título, "Aleluia Dom Miguel", "Mussy gatana", "Ceará" e "Indeuá matamba", todas de sua autoria.




*1980  lançou o disco "Os Deuses Afros", que incluiu as músicas "Se segura Zé" (c/ Kacik) e outras composições suas gravadas em LPs anteriores.








* *1983 pela Cid lançou  Rosas do mar ,disco com 11 faixas,  incluindo a composição ‘’tá na muda’’ de sua própria autoria.






Aparecida morreu em 1985. Onze anos depois a gravadora CID lhe prestou homenagem relançando em CD o disco "Aparecida, Samba, Afro, Axé.


Fontes:
Cantoras do Brasil,Dicionario Cravo Albin.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012



 A  batuqueira da balança


Sabe quando você lê uma história que te faz viajar no tempo e te coloca como expectador de uma cena? Então assim fiquei  há algum tempo atrás, quando me  deliciava  com as esclarecedoras  linhas  de  Franceschi  em Samba de Sambar.
O livro é o fruto de vinte anos de pesquisas do fotógrafo e respeitado pesquisador musical Humberto Moraes Franceschi e fala sobre o surgimento do samba batucado no final da década de 20.

Em um de seus capítulos o livro fala sobre as rodas de batucada ou o ‘’samba duro’’. A mais famosa dessas rodas acontecia na praça onze,onde existia  um tablado de uma extinta balança.
Nessas rodas de batucada, seus envolvidos cantavam versos acompanhados por pandeiros e palmas, e alem da cantoria o participante que ia sambando no centro desafiava outro e com gestos e passos de capoeira usava suas manhas para distrair seu desafiado e tentar derrubá-lo com uma pernada.
Quem derrubava com pernada seus desafiados estava com a patente de valentão garantida. rs
Dessas rodas sabemos a fama de sambistas valentões como Baiaco, Brancura, Saturnino Gonçalves entre outros.

Mas entre esses machões, segundo o livro existiu uma dama chamada Celeste e foi justamente o relato de xangô do Estácio sobre essa dama que me levou a uma viajem imaginaria.
Segundo ele Celeste era:

 ‘’ Negona de quase dois metros de altura, tinha a boca cheia de ouro e gostava de batucada. Usava saia comprida com dois bolsos,num tinha baralho e no outro,uma navalha.Era gaga e participava das rodas.Dava ‘’banda’’ no mesmo pé  de igualdade que os homens e dificilmente caía.”
Valente como só, a batuqueira era comparada com Baiaco, Saturnino e Brancura, mas apesar de na época se destacar entre esses famosos, não sabemos mais nada a respeito dessa moça.
 Celeste era a mais famosa das mulheres a participar dessas rodas, mas não estava sozinha. Outras mulheres também participavam mas infelizmente delas não temos nem o nome.

Quantas outras Celestes tivemos na nossa história e estão mergulhadas no mar da invisibilidade?
É.....infelizmente a história não esta sendo cem por cento contada.